O craque brasileiro brilhou na última sexta-feira, para dar o título da Copa da França ao Paris Saint-Germain. Neymar reafirmou sua condição de jogador decisivo em finais, e reascende a discussão sobre sua condição de futuramente ser o melhor do mundo.
NEYMAR É O JOGADOR DECISIVO EM FINAIS
Parece um pouco óbvio quando falamos que grandes jogadores brilham em grandes jogos, mas a realidade é que poucos conseguem realmente se fazer importante nas finais por seus clubes.
Muito se fala de jogador A ou B, que é super craque, e faz uma campanha espetacular com seu time, porém, na final, no jogo que decide o título, não são todos que colocam seu nome na história ao marcarem gols decisivos.
Neymar é diferente, desde o começo da sua carreira se mostrou um jogador totalmente diferenciado. Desfilando seu talento pelos gramados brasileiros com a camisa do Santos, foi com o clube paulista que deu início ao seu talento de desequilibrar em grandes jogos.
Em 2010 foram dois títulos com o Santos. A primeira no Campeonato Paulista, onde Neymar marcou 2 gols contra o Santo André no jogo decisivo. No mesmo ano, o título da Copa do Brasil, e no primeiro jogo da final, marcou um dos gols da vitória por 2-0 que encaminhou o título.
Em 2011 foram três finais, e todas elas com gols marcados por Neymar. Mais uma vez no Paulista, desta vez contra o rival Corinthians, no jogo decisivo, marcou uma vez.
Na Copa Libertadores marcou um dos gols da vitória sobre o Peñarol, que deu o tricampeonato da América ao Santos. No mesmo ano, no Superclássico das Américas, entre Brasil e Argentina, Neymar marcou um dos gols na vitória de 2-0 que deram o título ao Brasil.
No ano de 2012, com a moral nas alturas, e cobiçado pelo Barcelona, Neymar não parava de decidir. O tricampeonato paulista, diante do Guarani, foram 4 gols nos dois jogos da final.
O Santos ainda ganhou o título da Recopa Sul-Americana, ao bater a Universidad de Chile por 2-0, com um gol de Neymar. E para completar o ano, mais um gol diante da Argentina, que garantiu outro título do Superclássico ao Brasil.
EM 2013 O MUNDO PASSOU A REVERENCIAR NEYMAR
Se dentro do Brasil Neymar já era rei, em 2013 passou a se tornar decisivo em competições internacionais. A primeira grande competição foi a Copa das Confederações, que antecipava uma grande expectativa dos brasileiros pela Copa realizada no ano seguinte, no Brasil.
A final foi entre Brasil e Espanha, a atual campeã do mundo, na época. O Brasil deu show, Neymar deu show, e uma vitória incontestável por 3-0, com um golaço de falta do camisa 10.
Ainda em 2013, primeiro título com gol em final pelo Barcelona. No jogo de ida da Supercopa da Espanha, fez o gol que resultou no 1-1 contra o Atlético de Madrid, e posteriormente, mais uma vez campeão.
Em 2015 a primeira vítima foi o Athletic Bilbao, na final da Copa do Rei da Espanha, onde sagrou-se campeão novamente. Mas 2015 reservava algo ainda maior, e na final da Liga dos Campeões, fez o terceiro gol, que selou o título do Barcelona da maior competições de clubes do mundo. Este foi o último título da competição conquistado pelo time catalão.
Em 2016, trouxe um título inédito para o Brasil: a medalha de ouro das Olimpíadas. Na final contra a Alemanha, empate em 1-1, com gol de Neymar, que ainda bateu o pênalti decisivo que trouxe a medalha dourada.
No mesmo ano, um gol diante do Sevilla, que deu o título da Copa do Rei da Espanha ao Barcelona. Em 2017 a vítima foi o Alavés, na mesma competição, e mais uma vez levantando o troféu.
Em 2019, já pelo PSG, o vice da Copa da França, marcou no empate em 2-2 diante do Rennes. E agora em 2020, pela mesma competição, marcou o gol da vitória por 1-0 contra o Saint Etienne, que deu mais um título ao clube de Paris.
No total, Neymar chegou a 21 gols em finais, sendo que disputou 37 jogos decisivos, 11 em jogos de ida e 10 em jogos de volta, e outros 16 jogos decisivos em partida única. De todas essas partidas, Neymar marcou em 18 delas.
O QUE FALTA A NEYMAR?
Em habilidade, vitória pessoal, técnica de finalização, agilidade, velocidade, Neymar sem dúvida é um dos melhores jogadores do mundo. O que o craque brasileiro faz com a bola, é algo surreal.
Neymar agora se reinventou, aprendeu a jogar por dentro, não como um 10 “clássico”, mas um jogador de mobilidade, que sabe dar assistência, e constantemente pisando na área para marcar.
Isso não é fácil, e poucos jogadores conseguiram fazer uma mudança tão drástica, aliás, nem Messi e Cristiano Ronaldo teriam essa capacidade atualmente, acredito.
Nunca faltou para Neymar a técnica, nunca faltou personalidade para chamar a responsabilidade em grandes jogos. Nunca faltou personalidade também, mas talvez tenham faltado complementos nos anos anteriores.
No Barcelona, embora tenha sido peça fundamental, faltou ter um nome maior que Messi. Em 2015, na campanha da Champions, me atrevo a dizer que Neymar foi até mais decisivo que Lionel. Mudou-se para Paris para buscar protagonismo, mas lhe falta alcançar o título máximo para receber esse reconhecimento.
Ao longo da carreira faltou acompanhamento de carreira mais profissional. Muita polêmica fora de campo, outras tantas dentro dele. Faltaram conselhos para ser menos chamativo, e o pai não foi a pessoa que fez isso.
Embora tenha criado grandes negócios, e feito da carreira de Neymar sempre um espetáculo midiático, faltou a serenidade de alguém lhe dizer em focar somente dentro do campo em algumas oportunidades.
Parece que agora, mais velho, possivelmente mais maduro, Neymar tenha se dado conta que dentro do campo ele é um dos melhores. Tem tudo para ser reconhecido com uma premiação em breve. Com a cabeça mais serena, e o futebol que ninguém discute, Neymar é um dos melhores da história.