É seguramente uma das lutas mais esperadas dos últimos anos este “rematch” pelo cinturão de meio pesado (até 93 kg).
Com muito “trash-talk” pelo caminho, dois dos melhores lutadores do mundo “pound for pound”, Daniel Cormier e Jon Jones, voltam a encontrar-se depois do UFC 182 de janeiro de 2015, para um tira-teimas onde se joga o legado de ambos.
O campeão Daniel Cormier, de 38 anos, tem neste combate seguramente a disputa mais importante de toda a sua carreira. Fica estranho de dizer isto acerca de um wrestler olímpico e lutador de artes marciais com cinturões alcançados tanto no Strikeforce como no UFC,
mas a verdade é que no sentimento de maior parte dos fãs “DC” só alcançará o estatuto de lenda se este fim de semana sair do octógono com a mão levantada.
Com uma carreira de MMA já começada tardiamente, Cormier foi ultrapassando todos os adversários que lhe puseram na frente até ao dia 3 de janeiro de 2015, quando na primeira acalorada disputa com Jon Jones pelo cinturão de meio-pesados acabou por ser dominado, amargando aí a primeira e até aqui única derrota do cartel.
Eventualmente o destino voltou a colocar “DC” na rota do cinturão quando passado 4 meses foi chamado a substituir o campeão Jon Jones num combate, Jones que havia sido destituído do seu cinturão após problemas com a Justiça americana.
A luta essa, seria frente a Anthony Johnson, e na altura passou a ser então pelo cinturão livre de meio-pesado do UFC.
Daniel Cormier acabou por dominar Anthony Johnson e tornou-se o novo campeão da categoria de 205 lbs. Com duas defesas bem sucedidas de título desde aí,
o “rematch” frente a Jones chegou a estar escalado por duas vezes mas primeiro devido a lesão de Cormier e depois devido a um controlo anti-doping falhado por Jones, fizeram com que a esperada luta apenas pudesse ter lugar neste próximo fim de semana.
Cormier enquanto atleta distingue-se pelo seu wrestling de topo, possivelmente o melhor dentro do UFC. Com o tempo, fruto do seu trabalho na academia californiana AKA,
Cormier passou também a mostrar um boxe bem interessante e perigoso, assim como desenvolveu um mata-leão efetivo como complemento ao seu estilo de luta livre.
Jon Jones, 30 anos, o campeão mais novo de sempre do UFC quando com apenas 23 primaveras venceu o título frente a Maurício “Shogun” Rua.
Para muitos, “Bones” é o protótipo do lutador perfeito e consequentemente o melhor lutador de MMA do mundo.
Dono de um cartel de lutas impecável, apenas manchado por uma derrota por desqualificação após uso de cotoveladas ilegais, é detentor da atual e vigente maior sequência de vitórias do UFC com treze consecutivas.
Depois do cinturão alcançado frente a “Shogun” conseguiu oito defesas de título bem sucedidas até ser destituído da cinta após se ter envolvido num acidente de trânsito, fugindo sem prestar auxilio a uma vítima, o que lhe trouxe problemas com a Justiça inclusivamente sendo preso.
Ainda chegou a disputar em Abril de 2016 o cinturão interino frente a Ovince St.Preux, o qual venceu sem dificuldade, articulando logo ali o combate pelo cinturão linear frente a Daniel Cormier.
A apenas três dias do “rematch” foi retirado da luta após ter acusado substâncias proibidas num controlo anti-doping fora de competição. Tudo isto aconteceu há exatamente um ano.
Terminada a suspensão proveniente da acusação de doping é chegada finalmente a hora de vermos Jones de volta ao octógono.
“Bones” é conhecido por ter um estilo pouco ortodoxo, mas tremendamente eficaz.
Fazendo uso do seu extraordinário alcance (o maior de todo o UFC), mantém os adversários à distância usando muitas cotoveladas e pontapés destruidores.
Uma vez que possui membros tão longos acaba por ter uma base de apoio muito forte que praticamente frustram qualquer tentativa de queda do oponente.
Quando quer ele derrubar os seus membros acabam por ser outra vez essenciais pois consegue fechar uma pega para derrube com facilidade.
Tirando toda a animosidade que envolve esta disputa, é inegavelmente necessário analisarmos a primeira luta entre ambos para antevermos como poderá ser esta.
Daniel Cormier vs. Jon Jones – UFC 214
A vitória de Jon Jones de há dois anos e meio foi absolutamente incontestável e Cormier sentiu, na altura para minha incredulidade, enormíssimas dificuldades em acompanhar o ritmo de “Bones”.
Essa “impressão digital” como Jones a chamou da primeira luta dá sem dúvida um parâmetro daquilo que um e outro foram e não foram capazes de fazer. O que poderá ocorrer diferente?
Um ponto pertinente aqui, e podemos dizer a favor de Cormier é o chamado “ring rust”, a falta de competição frequente recente que poderá afetar Jon Jones.
Aqui também poderá estar uma falácia até porque já ouvimos o lutador/analista Dominick Cruz dizer que esse “ring rust” é irreal, ele que teve a experiência de estar três anos parado devido a lesão, bem mais que os atuais 15 meses que Jon Jones leva sem lutar.
Outra questão interessante prende-se com esse último combate de Jon Jones frente a OSP, em que para muitos a sua performance foi abaixo daquilo que já mostrou saber fazer onde apenas se limitou em fazer o suficiente e em manter OSP à distância de forma a garantir a decisão unânime a seu favor.
O contraponto disso é que também ficou no ar a teoria que Jones não puxou mais de si no combate porque Daniel Cormier estava ali mesmo na mesa de comentário da luta ao lado de Joe Rogan, numa posição privilegiada para dissecar o jogo do seu adversário para o tal “rematch”.
É igualmente conhecido a capacidade que Jones tem de “tirar coelhos da cartola”, ou seja, surpreender com movimentações que raramente fez no passado e muitas vezes levar a luta para o próprio terreno onde o adversário se sente confortável, acabando por o superar na própria fortaleza do oponente.
O próprio Cormier afirmou após a primeira luta que nunca esperou que Jones aceitasse esgrimir wrestling consigo, acabando por ser apanhado de surpresa com a força e equilíbrio de “Bones”
Sendo assim e afinal o que poderá ocorrer de diferente? Na minha opinião, pouco.
A comparação das condições físicas, especialmente a absurda vantagem de Jones em altura e alcance (13 cm altura, 30 cm de braços, 10 cm de pernas), da idade (30 anos Jones, 38 anos Cormier) e do que se passou anteriormente,
ou seja, o “casamento” dos seus estilos de luta, tudo junto faz-me crer que em apenas condições muito especiais, que num combate podem sempre acontecer, Jon Jones irá perder a luta.
Acrescento que nestes momentos pré-luta, Jones aparenta estar numa forma física e com um corte de peso impressionante e é visível no seu discurso a vontade que tem de entrar no octógono e fazer o seu.
Evidentemente que Cormier também tem uma vontade férrea de vingar a sua única derrota da carreira, mas igualmente já sabemos que o seu corte de peso nunca é fácil e isso sempre faz pagar um preço a nível de durabilidade, especialmente a quem já está quase a entrar na casa dos 40 anos.
Vale relembrar que a única vez que vimos “Bones” em real perigo foi num combate foi frente a Alex Gustafsson, um adversário que rivalizava com o na altura campeão em termos de alcance e altura, um “match-up” que naquele momento se provou bem duro para Jones.
Cormier não é um nocauteador por natureza e terá sempre que entrar no alcance de Jones, invariavelmente para fazer aquilo que sabe, derrubar e isso já ficou demonstrado que em princípio dificilmente terá sucesso.
Jones também não finaliza uma luta vai para quatro anos e só apenas se trouxer o tal “coelho da cartola” fará algo que até agora ninguém fez, finalizar Daniel Cormier.
Por tudo isto prevejo mais uma vez uma vitória de Jon Jones com maior ou menor dificuldade, provavelmente na decisão final dos juízes.
Jon Jones vence com odds de 1.40 na 1xbet
PALPITE Daniel Cormier vs Jon Jones – UFC 214 |
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